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Congregação da FMB presta homenagem ao Prof. Caldas

Publicado em 24 de Setembro de 2024 07:07

A Congregação da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB/UNESP), em sua 638ª reunião ordinária realizada na manhã desta sexta-feira, 20 de setembro, promoveu a entrega de uma moção de congratulação e agradecimento ao professor Antonio Luiz Caldas Júnior, docente aposentado do Departamento de Saúde Pública.

A propositura foi sugerida pelo professor Marcone Lima Sobreira, docente da disciplina de Cirurgia Vascular e Endovascular, em reconhecimento a atuação do homenageado como médico, professor, pesquisador, gestor e agente político e pelo trabalho que realizou durante a pandemia de COVID-19, divulgando diariamente por três anos, junto com o economista João Carlos Vieira, informações relevantes para orientação à população, que posteriormente foram transformadas no livro “Memórias da Pandemia”.

Ao abrir a sessão, o professor titular Carlos Magno Castelo Branco Fortaleza, diretor da FMB, teceu elogios a Caldas como um agente de promoção de saúde que dedicou a vida a contribuir efetivamente com a sociedade.  “Convivo com o professor Caldas desde que cheguei aqui como aluno de pós-graduação para fazer o mestrado. Esse seu espírito comunista, no sentido etimológico da palavra, não no sentido marxista e ideológico, de alguém que se preocupa com tudo que é comum ao coletivo, que se preocupa com a saúde de todos, é algo que permeia a história de vida do professor Caldas”.

 E, segundo ele, isso evidenciou-se ainda mais durante a pandemia. “O Caldas conseguia de maneira muito efetiva e leve passar dados importantes com suas publicações diárias. Ele não estava preocupado em publicar na revista de mais alto impacto, e sim, demonstrar à população quais eram os caminhos para se proteger e reduzir o impacto daquele período terrível que foi a pandemia. Mais de uma vez eu disse que o professor Caldas e a professora Rejane Grotto mereciam estátuas na entrada da cidade por tudo que fizeram. Pessoalmente quero demonstrar minha maior admiração ao professor Caldas e em nome da comunidade da FMB agradecer pelo seu trabalho de divulgação de cuidado com a população de Botucatu e de todos nós”.

Segundo Caldas, esse ano foi muito especial em sua vida e deu início a uma relação de mais de 40 anos com a FMB. “Entrei aqui na faculdade como auxiliar de ensino, fiz minha carreira, fui professor. A coisa que mais destaco, e que mais me honra, foi ter sido professor. Não sou nenhum grande pesquisador, mas orientei muitas teses, aprendia com meus orientandos e me dediquei bastante às questões político-administrativas. Fui por vários anos da congregação, do CO, sempre a serviço da Faculdade de Medicina. Participei de muitos órgãos, colegiados, da Famesp. E em minhas atividades como vereador, secretário de saúde e vice-prefeito sempre procurei fazer um vínculo com nossa faculdade”.

Também em 1978, junto com o professor Luiz Roberto de Oliveira e Rubens Maria Lopes, trabalhou pela reorganização de uma célula do Partido Comunista do Brasil em Botucatu, ainda no período em que a sigla atuava na clandestinidade. “O partido sempre nos estimulou a participar da vida viva, concreta da sociedade onde estávamos. Minha missão de vida expressei no PC do B. Minha condição de comunista não impediu que eu convivesse harmonicamente com qualquer tipo de pessoa”.

A inquietação permanente e o desejo de conectar-se com a população para contribuir para melhoria da condição de vida das pessoas tornaram-se marcas registradas de sua atuação nas mais diferentes áreas. Caldas revelou que costumava carregar em sua carteira um papel onde estava escrita uma frase que influenciaria para sempre sua vida: “Nossa formação universitária deve ser motivada pelo povo, para que a nossa profissão que foi obtida às suas custas seja exercida em seu proveito”.

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