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Professor da Unesp apresenta pesquisa em simpósio na Universidade de Harvard
Publicado em 28 de Maio de 2025 07:08
O professor Felipe Amorim, do Departamento de Biodiversidade e Bioestatística do Instituto de Biociências de Botucatu (IBB) da Unesp, foi um dos pesquisadores convidados a apresentar seu trabalho no 18th Annual Plant Biology Initiative Symposium, promovido pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.l.
Durante o simpósio, Amorim apresentou a pesquisa intitulada “Uma doce conexão: ecologia e história natural do néctar nas interações planta-animal”, desenvolvida no Laboratório de Ecologia da Polinização e Interações (LEPI), que ele coordena no IBB. O estudo explora o papel do néctar como elemento essencial nas interações ecológicas entre plantas e polinizadores — como abelhas, aves e morcegos — e também como recurso de valor econômico.
“O néctar é uma solução adocicada produzida pela maioria das plantas com flores. Sem ele, abelhas não poderiam produzir o mel, que é resultante do néctar floral processado biologicamente. Em termos econômicos, o mercado global de mel foi estimado em cerca de US$ 9,2 bilhões em 2024, com projeções para US$ 14,5 bilhões até 2034”, explicou Amorim.
“Além disso, os serviços de polinização realizados por animais silvestres para a agricultura representam um valor estimado entre US$ 235 e US$ 577 bilhões por ano em escala global”, acrescentou.
A apresentação também trouxe resultados de pesquisas feitas com a planta Scybalium fungiforme, popularmente conhecida como “flor-cogumelo”, encontrada na Mata Atlântica do interior paulista e em florestas das regiões Sudeste e Centro-Oeste. Trata-se de uma planta parasita de raízes, que produz néctar e atrai diversos animais — de roedores e gambás a aves e morcegos.
“Durante a pandemia, registramos pela primeira vez morcegos nectarívoros descendo ao solo da floresta para se alimentar do néctar da flor-cogumelo. Esse comportamento, antes observado apenas na Nova Zelândia, foi uma descoberta fascinante e inesperada”, contou o docente.
Segundo Amorim, muitos dos dados apresentados no evento foram gerados a partir de atividades de ensino desenvolvidas em disciplinas de graduação e pós-graduação no IBB, evidenciando o papel da universidade pública na formação científica.